quinta-feira, 16 de julho de 2009

A tempestade

Recortada na alva neblina
Perscruto, suave e lânguido,
Sinais do sentimento perdido,
Algo... em teu olhar de felina.

Salgado e só, navego à bolina
Com o altivo mastro partido
Contra a dor do vento temido:
Tua indiferença de menina.

Irai, ó espumas de sofrimento
Pois minha quilha não vergará mais
Sonhai com ondas de sentimento

Montanhosas, danadas, animais,
Dilacerando o negro momento
Mágoa, olhos, líquido... e sais.

(Carcavelos, 2003)

6 comentários:

  1. Neste lago mudo as palavras falam muito e com grande intensidade.

    Sobre este poema leio-lhe solidão resultante de uma perda.

    E já agora, obrigada por me tirar depressa do 13...

    Bom domingo

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  2. Tens mesmo uma habilidade incrível para transformar as palavras em poesia! ;)

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  3. Cheguei aqui através de amigos comuns e li o teu blogue todo (ainda é pequenino... eheheh...) porque gostei da tua poesia.
    Parabéns.
    Abraço.

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  4. Ainda é pequeno, mas deverá crescer ao seu próprio ritmo.

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