Na dor de não te ver
Fito com olhos mortos
O ermo toque da tua ausência.
A minha essência escorre
Para o solo, negro,
Que absorve, lânguido e
Com absoluta indiferença.
Ouço, apenas, a tua lâmina
Cortando-me por dentro,
Recortando no meu ser
Labirintos de sofrimento.
Quero afagar-te, rosa, até que uma gota de rubi emoldure o meu gesto vão.
(Carcavelos, 2001)
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Lindo. Não abraçes uma rosa até te ferires...
ResponderEliminarMuitas vezes, sinto que o risco de dor, por maior que seja, é mais apetecível que a privação da beleza de uma maravilhosa rosa.
ResponderEliminarA beleza de uma rosa pode ser olhada, ouvida, cheirada e, quiça, tragada... quanto ao toque, à entrega total da nossa pele, cautela.
ResponderEliminarNunca te atiraste, na certeza do abismo por detrás de uma roseira cherosa e doce?
ResponderEliminarSim, em tempos, muitas vezes, e nem por isso a rosa era cheirosa e doce... o abismo era certeiro. E tudo são coisas que acontecem.
ResponderEliminarEnquanto te afogas..eu luto pelo respirar de um prazer embriagante...
ResponderEliminarGostei daqui...é tudo tao...alto...barulhento...vivo... :o)
Bjs
Anja, obrigado por teres desviado o teu vôo celestial para comentares nesta linha de água...
ResponderEliminarTão belo poema!
ResponderEliminar"Fito com olhos mortos
O ermo toque da tua ausência."
Gostei muito desses versos!
Beijinhos