terça-feira, 27 de abril de 2010

Prece perdida

Oh, gárgulas da Memória
Protegei-me do amor
Sobre muros sem glória
Ventos uivando na dor
Dos heróis da História
Em seu último estertor.

Ventos uivando na dor
Silenciem as sereias
Pois traição e pavor
São de Eros as correias
Lançadas sem pudor
Aos que baixam as ameias.

São de Eros as correias
Quebradas por ti, solidão
Que agridoce, presenteias
Quem não tem perdão,
Com menos amargas ceias
Que ao comer invertido pão.

Lisboa, 2009

7 comentários:

  1. que dramático, Lago; embora tenha um ritmo bom de se ler.
    bj

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  2. Intenso e dorido... talvez porque tenha perdido a oração.
    Um beijinho

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  3. Passo para deixar um convite - conheça um novo espaço e se quiser divulgue-o.
    Beijinhos

    http://in-percepcoes.blogspot.com

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  4. Obrigado pelos comentários... este é sem dúvida um dos mais sentidos que escrevi.

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  5. Uma prece dolorida de quem sofreu desenganos...

    Gostei muito do poema, não só pelo conteúdo como também pelo ritmo conseguido através do esquema rimático.

    L.B.

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