segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Devaneio rubro

Gáudio de vista
É o lembrar-te, Lira,
Trinando minh’alma
Em redemoinhos de mel

Orgiástica ventura
Libertária, suprema,
Tua mão, minha pena
Oh ausência dura e cruel

Suposição de loucura
Granada que, por amor,
Explode em águas profundas
No abismo frio e escuro
Onde monstros sanguinários
Vivem, sofrem, doem,
Morrem...
Sob os cascos fendidos das Fúrias
Sob as derrocadas, longas e despojadas,
De personas lúgubres e mirradas.

A altitude enjoa, agora.
Oh Corpo de Gigante Irado
Enebriado de sal e gemas
Jóias de luz esperançada,
Cor, símbolo de vida
Chaga de inconsciências aveludadas.
Oh, Vôo de ave cega e desdenhada.

(Lisboa, 2004)

6 comentários:

  1. "...vôo cego a nada..." Reinaldo Faria

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  2. que dramático!
    continuo a ter curiosidade por poemas mais actuais :)
    noite feliz, Lago

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  3. Os que tenho escrito ultimamente... são piores ainda, em termos de dramatismo... é sempre preciso ter cuidado com o que se deseja. (se insistires, ainda aparece uma tempestade no lago)

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  4. insisto, haja tempestade e publica lá um actual, Lago ;) - tenho mesmo curiosidade

    quanto ao outro blog, à semelhança de outros, é aberto e fechado...tal como tb este actual talvez será...sou impermanente como água que sou :) portanto, só eu passo a ser a única leitora, não te sintas desprezado mas agradeço mt a tua consideração e, já agora, qual é o dito poema?

    tudo de bom para ti e bom feriado que se avizinha

    um sorriso

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  5. Belo poema... Parabéns!

    Grata pela visita,
    Beijinhos,
    Ana Martins

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  6. Que poema... fico sempre assim "...", sem palavras a ler-te e a reler-te, falas mesmo muito bem com as palavras!

    *

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