No verde plano, envolto e só,
Observo a montanha, que acolá
Se ergue, alva e imensa,
E vejo a tua face, branca,
Mas não é a tua face, doce.
E olho para os teus olhos, verdes,
Mas não sinto o teu olhar, em mim.
E contemplo o teu peito, nu,
Mas vislumbro as tuas costas.
E miro os teus joelhos,
Mas são os teus calcanhares
Que lentamente te afastam...
...de mim.
Marejam-se-me os olhos de
Gravíticas gotas salgadas.
Ao explodirem no chão, verde,
...sempre verde.
Ouço o ribombar da tua voz:
"Não estou para conversas! Não!!"
O eco ressoa no plano,
O eco ressoa um ano.
E a montanha que eu via, acolá,
Ainda lá está… mas não está para mim.
(Lisboa, 2009)
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O desejo de um ser pode levá-lo a escalar todas as adversidades... Os ecos morrem, e as palavras que ressoam dentro das nossas paredes podem ser mudadas... Deixai que o desejo de algo superior seja o revólver do impossível... Respira o ar da montanha, olha para os verdes olhos de quem se afasta....
ResponderEliminarObrigado pelo comentário positivo, Vincent... Supreendente!
ResponderEliminarEste é o primeiro poema da série "Tempestade no Lago". São os mais recentes que escrevi, e também dos mais pessoais. Respondendo ao desafio que me foi feito, abri-los-ei para vós nas próximas semanas pela ordem em que foram escritos.
ResponderEliminarsabes que já é a 2ª vez que aqui venho escrever-te um comentário? a net falhou mas cá vou tentar de novo, afinal de contas, a tempestade é bela e tem tons de verde-dor que desejo que se transformem em arco-íris-amor!
ResponderEliminarachei bonito o toque de sensualidade subtil da descrição do corpo, ainda que distante, quando se queria próximo...
uma tempestade emocional que se transforme em acalmia real!
um sorriso para ti e obrgda por nos permitires ler-te na actualidade. vou atirando as minhas pedrinhas por aqui :) bj
Apenas o vento sabe que direção tomará... e, se calhar, nem ele...
ResponderEliminarMuito bonito. A imagem da partida quando se tenta alcançar mais fundo. A procura do íntimo resultante na amargura da distância. São os acordes que se não conseguem quando a música não é das mesmas estrelas, são as telas que se não entendem quando os tons não são do mesmo arco-iris, são os aromas que se não identificam quando não se provam os mesmos paladares e os sabores que se estranham porque se não permitem entranhar. Acima de tudo, são o toque em dedos suave que resulta numa fuga alucinada de quem se não quer deixar sequer ver, quanto mais deixar-se tocar. Nem todos estão por perto para ficar. Alguns estão sempre de sapatos calçados prontos para a partida...
ResponderEliminarLago mudo
ResponderEliminarLindo o teu poema, diz-me muito...nem calculas quanto.Lindo
Bjs
venho só dizer-te q fechei mais um blog...inconstancia pura de água...(rindo) - está aberto só para mim pk nada tenho guardado em word, apenas no blogger ;)bj grnd
ResponderEliminar(nao precisas publicar este comentario p nao ficar aqui descontextualizado)
Não agradeças, é sincero... Bem haja!
ResponderEliminarOlá,poeta.
ResponderEliminarVim agradecer-lhe a visita carinhosa.
Gostei do seu cantinho.
Temas fortes, precisos,
e altamente reflexivos.
Parabéns.
Beijinho
Glória Salles
Tomei a liberdade de juntar-me aos
seus seguidores, para acompanha-lo
mais de perto.
Caso queira, junte-se aos meus, ficarei honrada.
Obrigado, Glória. A honra é minha! Eu já a sigo a algum tempo )tal como a todos os que me seguem)... beijos!
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