quarta-feira, 16 de setembro de 2009

?Original

“Chove lá fora”
Como início de poema
Nada tem de original
Começando p’lo tema
Nada neste colabora
Para uma arte desigual

“São anjos que choram”
Assim o poeta diria
Eu, jamais fui tal
Lágrimas de maresia
Na minha face rolam
E a chuva não tem sal

“Anjos alvos que agora”
Anjo, conheço uma
É demónio por igual
Lembro-a na doce bruma
Onde mia paixão mora
Céu, inferno pessoal

“No meu coração moram”
Nada mais tem guarida
Que o meu sangue vital
Memórias tuas, querida
Belas, gloriosas, decoram
Todo o meu córtex cerebral


(Boston, 2001)

7 comentários:

  1. Se este foi o mote:
    "Chove lá fora
    São anjos que choram
    Anjos alvos que agora
    No meu coração moram", perfeita lhe foi a glosa.

    ResponderEliminar
  2. Se queres saber, Lia, não me lembro qual dos dois veio primeiro... se o mote se a glosa...

    ResponderEliminar
  3. ...E aqui chove, o poema chegou na exatidão do instante em que a liquidez traz a memória de dias límpidos...

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. anjo...maresia...lágrimas...memórias...é saudade e amor!

    ResponderEliminar
  5. boa escrita a que se lê por aqui. gostei!
    parabéns!!!

    ResponderEliminar