domingo, 27 de dezembro de 2009

Tenho medo do céu primitivo
Temo as suas cúpulas de ouro
Que se dilaceram em farpas d’alma
Perfurando-me o âmago de ser
E a origem da minha vida irada.

Sonho mudo, em carreiras perdidas
Algures...
Entre a amizade e o pranto
Do mito do Esperanto
À inócua incompreensão universal.

Não supero o algo que me alimenta
Escoando no súber a negra oferenda
Que me tortura em lagos de prata
E me sonha como o nada que embala.


Charneca de Caparica, 2005

6 comentários:

  1. Muito belo, Lago
    Lindo poema.
    Obrigada pelo carinho.

    Beijinhos

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  2. Ainda bem que gostaste, Sonhadora. Este, e os próximos têm uma voz algo diferente dos que tenho colocado aqui. Talvez mais surrealistas e abstractos. Compreendo não gostarem deles...

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  3. adorei as 2 últimas frases...traduzem tristeza, nada e beleza.

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  4. Que trágico, fico feliz por ter sido parido no (não) tão longínquo ano de 2005...

    Abraço
    V

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  5. e que tal uma tempestade de paixão para 2010, Lago?;) um bom ano para ti!

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  6. O que será, será... Um ano poético para todos!

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