sábado, 30 de janeiro de 2010

Vi crisântemos forenses
Rodeando estátuas de pó
De almas sós e nojentas
Em paz negra e amargurada,
Sobre espinhos sem luz nem sol.
Vi a chama da vela tardia
Que, neles, embriagava incauta.
Quais sonhos, qual folia?
Ultrapassar de dor e de alegria
De uma vida sem fito mor;
Morte sem algo maior
A rondar a esperança de se ver.
E ver é eterna mágoa
Sempre insanidade tentadora
Saber é foice debruada
Em rendas de orgulho com sabor
A alho podre,... podre e esmagado.



(Charneca de Caparica, 2005)

3 comentários:

  1. Lago
    Muito belo poema...palavras fortes.

    Beijinhos
    Sonhadora

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  2. Se tudo tivesse acabado ali, seria sem dúvida o fim dos sonhos. As almas,de tão negras,nem pensariam regressar...
    Mas tudo se renova,mesmo o que se vê, mesmo o que se sabe...
    Um abraço
    Clara

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  3. Bonito e preciso =)
    Obrigado pelo salto no meu blogue. Continua a expressão poética que tão bem faz a quem a escreve e sente

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