sábado, 30 de janeiro de 2010

Vi crisântemos forenses
Rodeando estátuas de pó
De almas sós e nojentas
Em paz negra e amargurada,
Sobre espinhos sem luz nem sol.
Vi a chama da vela tardia
Que, neles, embriagava incauta.
Quais sonhos, qual folia?
Ultrapassar de dor e de alegria
De uma vida sem fito mor;
Morte sem algo maior
A rondar a esperança de se ver.
E ver é eterna mágoa
Sempre insanidade tentadora
Saber é foice debruada
Em rendas de orgulho com sabor
A alho podre,... podre e esmagado.



(Charneca de Caparica, 2005)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Brilhante segundo
Luz do passado e do futuro
Do meu descontínuo temporal.
Relâmpago de soro velho
Goteja brilho e dor
No meu cerne de pavor.

O Medo é pecado pouco original.

(Charneca de Caparica, 2005)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Os montes são ondas pesadas
Que se imovem, sensuais
Na fragrância da pedra e da vida
Vegetal, cruel e... superacional.

(Charneca de Caparica, 2005)

sábado, 2 de janeiro de 2010

Hoje sou mácula adormecida
Viajando pelo meu centro.
Enrolo-me no vento-mar
E infecto o mundo-sonho.
Acho que me proponho
A ditador de papel
E queimo o ontem num balde
Feito de ilusão e política-fel.


(Charneca de Caparica, 2005)