segunda-feira, 31 de agosto de 2009

?

Porque me sabes a maresia nocturna?
Acreditas no mistério?
Sentes os orgãos do amor em sinfonia?

A respostas não me submeto, pois a longa espera foi desabrochando em camadas, pétalas de néctares e manás (não mais serei o ontem ou o amanhã); vi o sol quebrado em mil pardais, chilreantes e travessos... levei o sonho ao fim do sal, em bandeiras abotoadas ao meu longo cabelo gutural.


(Caparica, 2005)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Hedonista, percorro
Os vales e campos do teu
Olhar
Alago-me em torrentes
Do teu doce e longo
Néctar,
Envolto na tua alva e quente
Paixão.
Do topo do monte Êxtase
Sobreponho a sinceridade
Da luz e cor de Nós
Num toque sem fronteiras,
Num mar sem barreiras,
No mais louco sonho... voar!

(Caparica, 2004)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O longe, agreste, sereno
Mar
A dor, celeste, amena
Voar
Morrer sem...
Ser, alguém,
sonhar...
Engano puro de paixão; que vida tudo permite?

Organizando o nada.............


(Carcavelos, 1999)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Lembrai os choupos azuis,
Orando ao vento.
Recordai os cavalos
Trotando orgulhosos
Sobre o mar bravio.
Sentí as carícias veladas
De uma brisa de estio
Libertai pombas de dor
Da superfície nua
Libertai-as por amor
E a arte será tua.

(Carcavelos, 2000)

sábado, 8 de agosto de 2009

Mãos

Fixo-as apenas
Não as metaforizo, não as canto
Não me perco em vãos poemas,
Em longos e tediosos temas,
Em colunas de alabastro
De sonho mármore cravadas,
Descobertas ou pintadas
Longas como cordas ancestrais.

Olho-as, nada mais...

...um pouco mais confesso
Breves clarões sensuais
Que nem chegam a pensamentos,
São luzes, são vitrais,
Matizes de fantasiar.
Meu corpo percorrem
Ao som de um toque irreal
Ondas surreais e concêntricas
Emanam da luz, que assim
Se reflecte, na sua forma divinal.

(Lisboa, 2004)

domingo, 2 de agosto de 2009

O aroma do chá

Gotas puras de prazer
Lacrimejam do ouvido
Para o âmago do sentir meu
Na enebriante melodia
Da carícia de quente água
Sobre a alva porcelana.
Perco-me então
No voluptuoso movimento
Das folhas de caos,
Enquanto o aroma
...dança
Na base do meu olhar
Antecipando
...o sabor primeiro.
Sinto a transparência de gema
Da líquida jóia ancestral.


(Boston, 2001)